Desejo não consumado

Simone é uma daquelas mulheres que eu particularmente adoro, aparência séria, recatada, um ar masculino.

Simone olha no fundo dos olhos de uma mulher quando esta fala com ela, é o tipo que puxa a cadeira pra outra mulher se sentar, que não economiza em galanteios e cortesias.

Flores, bombons, lingeries, presentinhos e pequenos mimos são algo de sua rotina com a mulher que lhe possui, tem o dom da palavra, da escrita, e não importa seu grau de intimidade com ela, ela sempre toca no fundo da alma das pessoas assim que profere uma palavra.

Fora tudo isto, é dona de uma pele unicamente sedosa, pés pequeninos, seios fartos,cabelos finos como de um bebê, e uma bunda incrivelmente grande.

Seu beijo é daqueles que faz a gente fechar os olhos e perder noção de tempo, espaço e direção, dá aquela pontada no ventre e faz subir um calafrio pela coluna, faz a calcinha ficar completamente ensopada sem nem mesmo um toque durante o beijo.Sua pegada é firme e decidida, e seus olhos devoram na hora que ela está possuída de desejo.

Nem me lembro quantas noites acordei suando por ter sonhado com esta mulher, perdi as contas de quantas vezes me masturbei sonhando que fossem as mãos dela a invadir o meu corpo.

Não, eu e Simone nunca fomos pra cama, não que não tivéssemos tesão uma pela outra, muito pelo contrario, era algo visceral, com Simone eu dividi todas as histórias que eu contei e um dia vou contar aqui neste blog, e muitas outras que de tão absurdas vão ficar guardadas no silêncio dessa mulher.

Simone adorava ouvir meus devaneios e desejos eróticos, mais que isto, ela desejava participar, Simone me gostava puta, vadia, e mesmo sabendo desse meu íntimo devasso, me tratava como rainha.

O que me impediu de ir pra cama com Simone não foi nosso desejo, mas os nossos sentimentos que não vem ao caso deste blog.

Certa vez num almoço em um restaurante, ao irmos ao banheiro juntas, ela se ajoelhou aos meus pés e pediu pra eu abaixar as calças, e numa linguada, quente e úmida e profunda eu senti a única vez que sua boca tocou minha buceta.

Nossos corpos pareciam imãs que mesmo na frente de todos denunciavam o desejo proibido que sentíamos, parecíamos peças que se encaixavam perfeitamente quando dançávamos e esse era nosso jeito de fazer amor, ainda que fosse de maneira lúdica.

A única vez que chegamos muito perto estávamos no seu quarto com nosso amigo Sandro que é um voyer de primeira, nos observando da sala.

Era incrível como aquela mulher tinha o poder de me dominar, era único o jeito como ela jogava seus cabelos compridos, fazendo com que sua feminilidade aflorasse, era impressionante como ela podia ser macho e ser puta, e era único o jeito como seu corpo se movia por cima de mim como se tivesse lendo cada sinal vital do meu corpo.E isso tudo sem tirar uma só peça de roupa....o que me deixou ainda mais louca, porque eu adoro esta sensação de que tem algo impedindo.

Simone se levantou e foi tomar banho, ela tinha que encontrar sua mulher e eu ir embora, quando ouvi o chuveiro desligar, abri a porta do banheiro e pedi quase como uma súplica pra que me mostrasse seu corpo nu.

Ela abriu a toalha e não demorou mais que alguns segundos, esta foi a única vez que vi o corpo de Simone nu, foram os segundos que se eternizaram na minha mente, quase como algo sagrado.

Algumas noites ainda sonho com ela, algumas vezes ainda acordo sentindo um calor consumir dentro de mim, um desejo tão intenso que parece que vou enlouquecer.

Mas este não é um desejo qualquer, um cio que passa com uma trepada alheia, com uma orgia das boas, este é um cio específico por Simone, um desejo que quer devorar as carnes dessa mulher, beber sua saliva, morder-te a pele, me esfregar no seu rosto, misturar nossos corpos e líquidos, invadir com a língua cada orifício de seu corpo....suar ,gemer, me entregar, apanhar, sofrer e gozar nos braços, na cara, nos seios, e por toda pele dessa mulher.

Simone foi a mulher que mais desejei, eu fui a mulher que ela mais desejou, e mesmo assim nossos corpos jamais pecaram juntos....